Eu vivo preso no meu sentimento
Num desvario que me leva ao nada
Dentro de mim, ouvindo o meu lamento
Nas lentas noites pela madrugada
Sou a prisão que cerca o mar medonho
Que brilha o sol, entre as sendas esguias
Quando desperto no arrebol tristonho
Badala os sinos no final dos dias
AI! Se o meu verso fosse o meu alento
Desse-me a paz, que a brisa trás do vento
Me transportasse para um sonho infindo
Eu deixaria de gritar ao léu
Minh'alma iria flutuar no céu
E a morte iria me levar sorrindo