O sol e a lua - Sérgio Carvalho

domingo, 14 de agosto de 2011

Fúnebre amada




No leito, convulsiva, inda me fita,
Pranteio teus instantes de aflição
Em rútilos espasmos, tua mão
Acena-me, e partindo, inda me grita

Me junto aos teus suplícios tão sofridos
Fluindo entre febre e agonia
Em plácidos momentos de utopia
Carpindo sobre os sonhos destruídos

No teu derradeiro ai! Partimos juntos
No mesmo chão os corpos se apodrecem
De tanto amor, as plantas que ali crescem

Carregam a paixão destes defuntos
Em pleno inverno a tumba se vestiu
De orquídeas, deste amor que não floriu

Sérgio Márcio Carvalho

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