O sol e a lua - Sérgio Carvalho

sábado, 26 de novembro de 2011

OS DESÍGNIOS DE DEUS




                           
E quando vejo na tristura plena
Se debruçares no recosto eterno
No mausoléu trescala tão serena
A bruma triste para saudar o inverno

Plangente chora a inefável ida
Abraça-se à imagem em total candura
Jamais entende porque vai-se à vida
Ajoelhada sobre a sepultura

E frente ao rosto, do senhor, em pranto
Deitou-lhe salmos e teceu-lhe um canto
Pediu, quem sabe, uma ressurreição

Mas Deus te olhou igual um pai de LUZ
Por ti morreu pregado numa cruz
E balbucias tanta prece em vão....



     

UM GRANDE AMOR

                 





E quando nossos olhos se cruzaram
Foi como incendiar os nossos peitos
Os corpos de tão leves, flutuaram
E nunca mais se viram n’outros leitos

O amor é um sentimento indescrito
Sem pegos, sem amarras, sem destino
O calmo coração se torna aflito
Que n’alma se reveste em desatino

Amar é o corpo inteiro em descompasso
Tremer, em ânsia, só no teu abraço
Cobrir de beijos, quem nos causa dor

Dois corpos, juntos, vão ao paraíso
E morrem, neste amor, se for preciso
E dizem que o poeta é um fingidor!!!!!!