O sol e a lua - Sérgio Carvalho

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DOCE AMADA





 E teu olhar se foi naquele dia
Como ave que voou num arrebol
Um berro de pavor na noite fria
Num mármore desnudo em meu lençol


Naquela manhã, vasta, langorosa
Num fúnebre silêncio, tu me olhava
Igual um botão que morre..... Uma rosa....
Só resto e nada mais, qu’eu tanto amava


E como um desvairado, um só!  Demente!
Singrei o mar, sem rumo, sem destino
Pra me afastar, do som, daquele sino


Que te levou sozinha, tão somente
Ficou daquele olhar, funesto, brando
A dor de mil defuntos, me fitando

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