JARDINS SOMBRIOS
(Decassílabos, ritmo provençal/gaita galega.)
Quando no outono das brumas sombrias
Nas tardes mortas, nos gráceis jazigos
Eu recostado-me, aos lustros abrigos
Molhar teu leito de lágrimas frias
Pelas soturnas ruelas esguias
Na soledade dos negros testigos
Sobre os teus restos, relvedos pascigos,
Hei de buscar-te nas noites vazias
Neste semoto moimento das dores
Onde adormecem os nossos amores
Desta fulgente e flébil mocidade
Mas tudo passa se esvai na neblina
No desespero que a vida declina
Nestes soturnos jardins da saudade
Nenhum comentário:
Postar um comentário